sexta-feira, 23 de novembro de 2012

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É, se passou tanto desde a última postagem! ...de volta ao Brasil já há pouco mais de três meses e sequer percebi a importância de relatar aqui o que aconteceu no resto da minha aventura estudantil na Europa. Não relatei e empolgação da Queima das fitas na Saudosa Coimbra, não descrevi a Felicidade encontrada em Barcelona nem mesmo os Encantos de Londres. Não relatei as surpresas de Junho nem mesmo de Roma. Não expliquei as ultimas visitas de Lisboa ou Porto, nem os encantos de Sintra. Não me despedi por aqui, nem mesmo comentei a alegria de voltar para casa. ...E é isso! ...Que venham as próximas aventuras, que venham as próximas jornadas!

domingo, 29 de abril de 2012

AFINIDADE

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar. Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar. Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. Só entra em relação rica e saudável com o outro, quem aceita para poder questionar. Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar, não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é. E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso. Isso é afinidade. Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona. Questionamento de afins, eis a (in)fluência. Questionamento de não afins, eis a guerra. A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância. Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar. Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar, por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos. Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos, veremos ou falaremos. Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem para buscar sintomas com pessoas distantes, com amigos a quem não vemos, com amores latentes, com irmãos do não vivido? A afinidade é singular, discreta e independente, porque não precisa do tempo para existir. Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu o vínculo da afinidade! No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação exatamente do ponto em que parou. Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas nem pelas pessoas que as tem. Por prescindir do tempo e ser a ele superior, a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente. Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós, para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes. Sensível é a afinidade. É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido. Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau, porque o que define a afinidade é a sua existência também depois. Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir restituir o clima afetivo de antes, é alguém com quem a afinidade foi temporária. E afinidade real não é temporária. É supratemporal. Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta, ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade. A pessoa mudou, transformou-se por outros meios. A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas, plantios de resultado diverso. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças, é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quantos das impossibilidades vividas. Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou, sem lamentar o tempo da separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais, a expressão do outro sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado. Arthur da Távola

domingo, 8 de abril de 2012

Meia noite Em Paris (Ultima cena)


Paris is the more beautiful in the rain! ...I miss you!

COIMBRA... numa palavra es Saudade!


Coimbra, velha cidade
De ruas medievais;
Do Penedo da Saudade
Onde tantos imortais
Poetas e trovadores,
Tiveram os seus amores
Nos tempos da mocidade…

Coimbra dos estudantes
E das tricanas bonitas,
Das noites inebriantes
Da tua Queima das Fitas…

Coimbra, cidade linda,
Foste sempre e és ainda
A cidade capital
Do amor em Portugal!

Tens na Fonte dos Amores
O amor simbolizado
Por D. Pedro e D. Inês
Num romance consagrado.

Rio Mondego, o Choupal,
O teu Jardim da Sereia
E a Escada Monumental
Junto à Universidade…
Fazem de ti, sem igual,
A mais bonita cidade!
Deste nosso Portugal!...

Coimbra de tradições,
Cidade-mãe de doutores
E da velha Universidade;
Fazes vibrar corações
Por tantas recordações,
Numa palavra…és saudade!

Fernando Reis Costa